Que bloqueio é esse?

Há algum tempo eu esclareci algumas coisas na minha cabeça bagunçada.
Eu decidi que as minhas decisões até então não me fizeram tão satisfeitas como eu pensava.
Eu costumava achar que em algum momento alcancei certo tipo de realização.
E numa madrugada de fim de férias, percebi que tinha sido encurralada no beco da insatisfação.
Eu tô escrevendo em sentenças. Eu to ouvindo Sigur Ros. Faz tempo que não ouço Sigur Ros.
Eu sei que as pessoas de 25 anos não viveram suficiente para serem completamente realizadas.
Mas, que porra é essa?
Eu costumava ter sonhos. Eu ainda os tenho.
O que me tornei?
Tão patética que nem consigo formular uma situação coerente.
Eu sou mais do que sou. Digo no agora. Eu deveria ser mais. Meus sonhos eram maiores.
O ponto final serve pra decretar esse balde de porcaria. Eu preciso entender isso.
Esse nó é sufocante.
Queria fazer cosplay de fumaça. Queria sair por aí.
Queria ser leve pra escorregar pelo mundo. Isso não é um trocadilho.
Queria sumir.
Queria ser tudo. Não queria ser isso de agora.
Não ser isso.
Não ser nada. Nada sufoca. Nada transborda. Nada é nada.
Sou nada. Tudo que sou soa como nada nessa prisão.
Nada disso faz sentido. Mas essa tristeza também não.
Tristeza. Escuridão. Impotência.
Soa exagero. Não é. É fracasso. Pelo menos em sensação.
Preciso sair. Preciso agir.